quarta-feira, 27 de julho de 2011

BRUNO PEDROSA, 60 ANOS, ARTISTA PLÁSTICO





Luís Edgar de Andrade


Bruno Pedrosa, um cearense de Lavras das Mangabeiras, radicado no norte da Itália, é um dos maiores pintores abstratos brasileiros. É também um dos mais conhecidos fora do Brasil. Faz 20 anos que a Itália o adotou. Seus trabalhos estão muito valorizados no mercado de arte europeu. Todo ano, realizam-se exposições suas em museus e galerias das grandes cidades da Europa.

Nasceu em São José das Mangabeiras, distrito de Lavras, no dia 11 de janeiro de 1950. Com 18 meses de nascido, ficou órfão de mãe. Foi registrado, no batismo, como Raimundo Pinheiro Pedrosa. Raimundo em homenagem ao avô que o criou. Bruno é o nome religioso que escolheu, em 1975, ao entrar para a ordem beneditina, atraído pela vocação do claustro.

Fez os estudos primários no Seminário do Crato. Quando se tornou artista plástico, depois de concluir o segundo grau em Fortaleza, seu sonho era cursar a Escola Nacional de Belas Artes. Chegou ao Rio em 1968. Tinha acabado de fazer 18 anos. No contato com a realidade, desistiu do curso de pintura, matriculando-se como aluno de História da Arte

Aos 25 anos, já formado, passou por uma crise mística ao ler o livro “A Montanha dos Sete Patamares” do monge americano Thomas Merton. Foi admitido no Mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, onde viveu em clausura, por cinco anos, de 1976 a 1981, mas não chegou a ordenar-se.

Foi apoiado no início da carreira artística por uma fundação americana, a Bristol, que lhe encomendou, muito jovem, uma série de albuns sobre a arquitetura colonial sul-americana. O desenho era sua forma de expressão. Só mais tarde descobriu na pintura abstrata a verdadeira vocação.

Bruno Pedrosa é casado com a arquiteta Lila Garnero, filha de italianos, que conheceu em Ipanema. O casal morou primeiro em Nova Friburgo, no estado do Rio. Em 1990, mudou-se para Bassano del Grappa, perto de Veneza. Bruno, a mulher dele e as duas filhas moram numa casa, em cima da histórica Ponte dos Alpinos, projetada e construída, em 1546, por Andrea Palladio, um dos grandes arquitetos da Renascença. Apaixonado pela genealogia, Bruno orgulha-se de ter, na sua biblioteca, quase tudo quanto se escreveu até hoje sobre a História do Ceará.

Seu lema na vida, conforme se lê numa entrevista, resume-se nesta frase: “É bom rumar para as Índias e encontrar a América”. Tradução: “O cotidiano metódico me dá segurança mas o imprevisto na vida me fascina”.

O Ceará — para os italianos que colecionam obras de arte — é a província brasileira onde nasceu Bruno Pedrosa.


Bruno Pedrosa está expondo seus quadros no Museu de Niterói.

Um comentário:

  1. fiz algumas fotos,de bruno pedrosa em são paulo e pude constatar,que alem de grande artista é também um grande ser humano.pessoa generosa e amigável.

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