quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

AUTOR SE EMOCIONA AO OUVIR JUIZ CITAR SEU LIVRO NUM CASAMENTO




Acabei de reler o livro Hóspede do Tempo, do meu amigo José Maria Leitão, médico cearense radicado em Brasília. No Hóspede do Tempo, o escritor se revela um exímio contador de histórias. Hoje, tem editado outros livros de contos e romance.

Mandei-lhe um Email parabenizando-o pelo livro, bem escrito, de leitura gostosa e rápida. De volta mandou-me esse bilhete:

 "O Hóspede... me deu o maior prazer enquanto escritor: o de receber uma crítica inesperada e espontânea lavrada por uma pessoa absolutamente desconhecida; ao vivo e na minha cara! Ocorre que eu e minha mulher fomos convidados para apadrinhar o casamento civil de um casal de médicos. Na cerimônia, o juiz resolveu fazer o tradicional discurso de louvor à união dos noivos e, de súbito, relatou que havia comprado um "livrinho" (sic) de um autor desconhecido (disse o nome do livro e elogiou-o, e eu fiquei quieto), na livraria do aeroporto, no Galeão, em recente visita ao Rio. Nele, explicou o juiz, "encontrara alguns trechos bem adequados à cerimônia".

Dito isso, o juiz, que não me lembro mais do nome, pôs-se a citar, palavra por palavra, trechos do discurso de um personagem, o Costalarga, do meu livro!

Os noivos, que conheciam o livro, começaram a rir, olharam para mim e eu, junto com minha mulher, acompanhamos a risadaria de satisfação. Claro, sua excelência não gostou, sustou a cerimônia e quis saber o motivo dos noivos e o casal de padrinhos terem recebido sua palavras com risadas, talvez deboche...

Diante da incômoda situação, tomei a palavra e assumi a paternidade do livro; portanto, das palavras por ele citadas e da minha satisfação em vê-las conhecidas e divulgadas por ele, juiz, a quem eu agradecia, orgulhoso, e... foi-se o constrangimento.


Vale dizer que no mesmo dia, à noite, fui a residência do juiz, apresentei novas desculpas pelo incidente no Juizado de Paz e levei meus outros livros, devidamente autografados, para ele.

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