terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

O LIVRO DO AUGUSTO BORGES



No último dia 30 o Iate Clube de Fortaleza abriu suas portas para a noite de autógrafos da tão esperada obra literária de Augusto Borges. 

Você não tem idéia das pressões que ele recebeu ao longo da vida para colocar no papel a história profissional. Antes de aparecer a palavra multimídia, Augusto já fazia rádio, jornal e televisão. Naquele tempo diziam que ele era pau pra toda obra. 

No rádio, animava programas de auditório, como o Festa na Caiçara que ia ao ar pela Ceará Clube. “Chegue cedo para conseguir um bom lugar”. Participava dos programas de humor. A tarde de todos os dias da semana começava na PRE-9, com ele “Ao Telefone com Você”. Quando o telefone quebrava, o que não era difícil nos anos 60, Augusto ia em frente: “Hoje sem telefone, mas com você”. Um dia, ele liga para a Clara, uma garota que queria pedir uma música. Do outro lado da linha, uma pessoa informa que a Clara foi pra casa do vovô dela. E Augusto, sem sair do ritmo: - Então diga-lhe que “vou vou” atender agora o pedido dela.  

Na TV Ceará, o primeiro e único canal do estado na época, Augusto fazia de tudo. Certa vez, entrevistando  Juca Chaves, que estava fazendo sucesso com suas canções e modinhas, Augusto perguntou pelo  flautista e o contrabaixista, que sempre acompanhavam o artista. O contrabaixista é contra o baixo e o flautista flautou. 

Augusto Borges, além de redator, apresentador, repórter, era também diretor das emissoras de rádio e tv dos Associados. Foi ele quem me levou para o telejornalismo, convidou-me para substituir Gonzaga Vasconcelos que estava voltando para o Rio. Lembro do desespero dele, tentando ajuda para reverter a decisão do governo da revolução de tirar o Canal 2 das mãos dos Associados. Naquele tempo, o maior complexo de emissoras de rádio, tv, jornal e revista do país apoiava a revolução de 64, fazendo campanhas como a Ouro para o Bem do Brasil e abrindo espaço para os direitistas que estavam no poder. 

Augusto Borges, ao lado de Narcélio Limaverde, são os profissionais que estão há mais tempo no ar no Ceará. Augusto, diante de tantos apelos para escrever um livro sobre seus 64 anos na comunicação, decidiu-se: ENTÃO EU CONTO.



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