quarta-feira, 15 de maio de 2013

MEU JAPONÊS INESQUECÍVEL!




Marbo Giannaccini


Década de setenta no Japão. Uma reportagem me leva de Tóquio à Kobe, com uma excelente recomendação do Osvaldo Peralva,correspondente da Folha de São Paulo, ao Press Club local, que facilitou meu trabalho e as duas horas da tarde já tinha enviado minha matéria para São Paulo. Os jornalistas japoneses amigos do Peralva me levaram ao que disseram ser o melhor sushi do Japão. Não acreditei, pois em Tóquio estão todos grandes chefes japoneses incensados pela mídia e pelos clubes gastronômicos, mas, o ver para crer e a fome do dever cumprido me fizeram acompanhá-los. 

Ao entrarmos no sushiya, que é como os japoneses chamam as casas especializadas em sushi, fiquei meio decepcionado com o ambiente, que parecia um corredor longo com um balcão contínuo. Mas, a fome e a curiosidade falaram mais alto e depois de duas taças de sake meus novos amigos pediram o famoso sushi. Servido de modo tradicional, aos pares, tive uma sensação muito estranha quando o primeiro sushi se desfez na boca, aguçando todas as papilas do paladar a apreciar o que concordei em denominar o melhor sushi do Japão. Embora a gastronomia não fosse meu forte, minha experiência desde a infância em São Paulo no convívio com nisseis e japoneses me permitiam identificar uma boa ou má comida nipônica. 

Repetimos algumas vezes aquela dupla maravilhosa e no final perguntei se podia conhecer o sushiasan, o chefe da casa de sushi. Não demora muito lá vem o japonesinho jogando o corpo de um lado para outro, com o tradicional lenço amarrado na testa e nos cumprimenta com uma reverência. Depois de apresentado como jornalista brasileiro, perguntei de chofre em japonês: - Como é seu nome? Foi ai que conheci meu japonês inesquecível! SEVERINO, da Serra da Ibiapaba, mas pode me chamar de Severino da Serra Grande. Estava ali o ex-cozinheiro de navio que um dia aportou em Kobe e uma linda japonesa retemperou seu querer.

Um comentário:

  1. tanto tempo passou, se me lembra, me de resposta. Foi no inverno 78 da Bahia, terra de Jorge Amado, que na ultima vez encontramos, quando vc? Senhor? Prof.? sofria de diarreia apos um prato de comida tipica baiana.
    Que me escreva, se esta vivo, se nao apareca durante durmo, a forca magica voa a distancia ate Japao.

    ResponderExcluir

Homenagem 80 anos Wilson Ibiapina