Por Aleluia, Hildeberto
Apesar do avanço da Internet, de sua imensa capilaridade e da sua formidável audiência, na hora de traduzir isso tudo em lucro e ,comparado à televisão, o faturamento é inexpressivo, principalmente aqui no Brasil. Em recente edição do final de março de 2013, o periódico eletrônico ADnews nos informa que o faturamento da área publicitária passou dos 25 bilhões de reais no ano de 2012. Desse total, a TV ficou com quase 80 por cento e a Rede Globo de TV abocanhou 60 por cento dos 80, tendo ficado com um faturamento líquido de 14, 7 bilhões de reais, segundo o ADnews. Descontando impostos, despesas gerais, folha de pagamento e outros, ela deverá ficar com um lucro líquido igual à metade dessa bolada. Qualquer coisa em torno de 6 a 7 bilhões de reais. Igual a 3,5 bilhões de dólares, mais ou menos. Enquanto isso, a internet ficou com pouco mais de 6 por cento do bolo, algo equivalente a 2 bilhões. Talvez um pouco menos ou um pouco mais. O Interactive Advertising Bureau (IAB Brasil), principal órgão representativo do segmento digital, divulgou recentemente projeções de faturamento e crescimento da publicidade digital para 2013. Segundo ele o mercado publicitário na Internet atingiu 32% de crescimento e se consolida como o segundo maior meio em participação no bolo publicitário, ultrapassando jornais e ficando atrás apenas da TV
Nada expressivo diante do tamanho dos números e da quantidade dos que navegam na Rede da net. Considere ainda que a audiência da TV, de um modo geral e, especialmente da Rede Globo, não para de cair. Seus executivos em falas públicas não invocam mais os números da audiência. Direcionam suas falas para o que eles chamam de “expressão do produto”.
Traduzindo esse axioma, é algo como admitir que esse faturamento contundente já não é mais por causa de expressiva audiência e sim pela qualidade e a segmentação de sua programação. Como ela (a Globo) ainda é a líder, pode se dar a esse luxo de um faturamento assombroso diante de uma audiência cada vez menor. E eles, os executivos, também propagam que a internet não é concorrente, é parceira. Pode ser. Mesmo completando 30 anos de ascensão e uns 20 anos de implementação maciça, o certo é que até hoje a Internet não encontrou um modelo de negócio. Cresce sua penetração e abragencia, aumenta o número de horas em que as pessoas se dedicam à navegação e avoluma-se o número de aparelhos móveis de acesso rápido à Rede.
De acordo com estudo realizado pela empresa de consultoria IDC Brasil, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, espalhadas por mais de cem países, o tablet é o dispositivo que apresenta maior taxa de crescimento no mercado brasileiro. Durante o ano de 2012, foram vendidos 3,1 milhões de unidades, ou seja, 171% mais do que em 2011, quando o País havia comercializado 1,1 milhão de equipamentos. Somente no quarto trimestre foi de 1,1 milhão.
Ainda segundo o estudo da IDC, do total de tablets vendidos, 77% têm o sistema operacional Android e quase 50% dos dispositivos custaram menos de R$ 500. "A entrada de equipamentos com esta faixa de preço foi o principal fator para o aumento significativo de vendas de tablets em 2012. Em 2010 e 2011, os valores ainda eram considerados altos e o leque de opções não era tão extenso. No ano passado, algumas empresas que até então fabricavam GPS passaram a produzir tablets e os preços ficaram mais convidativos. Além disso, a maioria dos fabricantes de computadores que atua no mercado brasileiro está incluindo o tablet em seus portfólios de produtos", declara Pedro Hagge, analista de mercado da IDC Brasil.
Dos 3,1 milhões de tablets vendidos em 2012, 88% foram para usuários domésticos e 12% para o mercado corporativo. Na comparação com 2011, o segmento doméstico cresceu 159% e o corporativo 303%. "Desde que os tablets foram lançados, é um mercado que sempre aponta para números crescentes, ou seja, em nenhum trimestre houve queda. Com certeza é um dispositivo que colabora para a inclusão digital já que é boa alternativa para quem precisa consumir conteúdo e não produzir muita informação", completa Hagge. O analista da IDC Brasil conclui também que a chegada do tablet aumentou o tempo de vida de um computador, fazendo com que o consumidor demore mais tempo para renovar seus desktops ou notebooks. "Embora o usuário esteja comprando menos computadores, entendemos que os dispositivos têm funções bem distintas e que o tablet não é, de forma alguma, um substituto", finaliza Hagge.
Quando comparado com o mercado de computadores no Brasil o que se vê é que foram vendidos, em 2012, um tablet para cada cinco computadores. Em 2011 era um tablet para cada 14 computadores. Nos Estados Unidos, vendeu-se, em 2012, praticamente um tablet para cada notebook. Já na China foi um tablet para cada oito computadores. No ranking mundial do mercado de tablets, o Brasil ocupa a décima posição. O país havia fechado 2011 na décima segunda posição.
Cresce o número do comércio eletrônico e melhora o controle, por parte do consumidor sobre a eficácia da prestação de serviços. Em matéria de lazer e informação, a Internet ultrapassa todos os outros meios de comunicação, mas ainda não consegue traduzir tudo isso em dinheiro, como faz a TV, mesmo com sua audiência minguando cada vez mais.
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