terça-feira, 31 de janeiro de 2012

LÁ SE FOI O SENADOR VIEIRA



Morre aqui em Brasília o jornalista Francisco Vieira Filho. O conhecido senador Vieira nasceu em Redenção, estava com 87 anos. Morreu de complicações no organismo , essas doenças de velho extravagante. Era aposentado da Câmara. 

Vieira fez parte da equipe de Walter Sá Cavalcante que fundou o jornal Estado, em Fortaleza. Foi o responsável pelo ingresso de Ciro Saraiva no jornalismo . Era amigo de José Martins Rodrigues, Paes de Andrade, Flávio Marcílio, de todos os que mandavam no Ceará. Chegou a mandar no DNOCS. 

No Liceu foi contemporaneo de Edson Queiroz e de Ary Cunha. Gostava mais de beber do que trabalhar. Contador de histórias, tinha a audacia da ignorancia. Falava com qualquer um sem o menor receio. O apelido surgiu no Rio. Ele entrou num elevador do Monroe e o ascensorista advertiu que era privativo dos senadores. E ele, moleque: Então não conheces o senador Vieira, do Ceará? Morreu senador. O corpo virou pó, foi cremado.O jornalista Lustosa da Costa lembra dele assim:

“ O jornalista Francisco Vieira Filho,que militou nas paginas de O Estado, antes de se mudar para o Rio onde viveu muitos anos, circulou pela sociedade, como solteiro, casamenteiro, mas seu negócio mesmo eram a boemia, as mulheres da noite,a bebida e as viagens de avião. 

Na idade madura, teve a sorte de se aproximar do entao presidente da Câmara, Flávio Marcílio, que lhe deu oportunidade de funcionar como seu assessor até que aquele ilustre homem publico partiu .Vieira circulou sempre nas mais altas rodas da política.

Nunca frequentei a roda do senador Vieira, embora tivesse apreço por ele e houvesse sido objeto de suas atenções e gentilezas.

Era um boemio da decada de quarenta, quando a capital era o Rio de Janeiro e ele convvia com personagens da política que atingiram,posteriormente,o primeiro plano da vida publica estadual e nacional. A mim sempre me pareceu amigo correto e fiel que nao se levava muito a serio nem também tinha a vida como coisa seria. Assim foi até que a doença lhe tirasse o gosto da convivencia social e ele nao quisesse assim se apresentar aos amigos.

A sorte do senador Vieira foi haver encontrado,há uns vinte anos atras, uma companheira,como Sonia que cuidou dele,como anjo da guarda,paciente e educada. Tenho certeza de que,por conta dela,nao sofreu solidao nem se sentiu abandonado. Deus lhe deu este premio que ele prudentemente guardou e por ele velou. Vou lembra-lo sempre como boemio , desinteressado de bens materiais,preocupado apenas em viver bem entre bons pratos,belas mulheres e boas viagens. Era tudo que queria da vida,sem tirar dos outros,conquistandos todos por seu charme,pelo prazer que dava sua companhia

3 comentários:

  1. Como conterrâneo me solidariso com a família enlutada. Meus sentimento e fiquei feliz em saber hoje que Redenção tinha um filho senador. Abraço a família e amigos.

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  2. Linda homenagem. Perfeita descrição. Na vida realmente fez grandes e siceras amizades, que partiram antes dele.Nunca deu valor aos bens materiais. Nos relacionamentos amorosos,só três apresentou a família, todas excelentes mulheres. A terceira, como na música, foi Sônia, a escolhida do seu coração! Franci,assim era chamado desde menino pela família, meu querido - expressão por ele muito usada - um grande e saudoso abraço. Sônia, nosso reconhecimento e gratidão por tudo o que vôce fez por ele, fique em paz. Joclene

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  3. Olá,
    Gostaria de agradecer pelo texto. Sou neto, de afeto, do "Senador" Vieira. Sou neto da Sônia, nascido em 89, a mesma época em que os dois se juntaram. Ele foi o único avô que tive. Era realmente uma companhia muito agradável, simpático, via a todos como seres humanos iguais, do vigia de carro ao ministro de estado. E, realmente, tinha certa leveza no trato com a vida apesar de, depois de debilitado, se afastar até mesmo do convívio dos familiares mais próximos.
    Eu nunca soube de onde viera o apelido de "Senador Viera"... achava que, de certo, teria sido senador mesmo em algum momento da vida... Bobagem! A história verdadeira é muito mais interessante e tem a cara debochada dele!
    Ele sempre chamou a mim e meu irmão de "deputado" e "senador". Apesar de não ter seu sangue, acho que tenho muito dele.
    Guardarei boas lembranças como de quando nos buscava, ainda crianças, de férias em Brasília, para ir ao clube da Ascade. Que descanse em paz.

    Juliano Berquó Camelo.

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