Wilson Ibiapina
O urbanista Lucio Costa, que projetou Brasília, dizia que o “mar de Brasília é o céu”, sempre amplo e cintilante. Pois não é que tem qualquer coisa no céu brasiliense, além dos aviões de carreira. Olhe pro nosso mar, ou melhor pro nosso céu e vai ver umas pintinhas pretas se mexendo. Acredite, são urubus. Pode olhar. Voam alto à procura de comida.
No interior é comum a presença de urubus catando sobras de animais mortos, rondando açougues ou sobrevoando entulhos com seu olfato apurado. É considerado uma ave imprescindível na limpeza do meio ambiente. Acho até que a caça dele é proibida. Geralmente ele é atraído pelo cheiro de animais mortos, um tipo de feromônio que o ser humano não consegue captar. Mas isso é no interior, que não tem captação de esgoto, nem uma coleta de lixo organizada. O que surpreende é a capital do país invadida por essa ave.
De onde estaria saindo esse cheiro de podre, onde está a carniça?
O urubu é visto sobrevoando todas as áreas de Brasília. Acho que o mesmo deve estar ocorrendo nas satélites. O superpovoamento do Distrito Federal pode estar propiciando o crescimento do número de urubus, atraídos pelos despejos de detritos sem maiores cuidados ambientais.
Não podemos esquecer o perigo que o urubu representa para a aviação. Pode derrubar um boeing. Acredito que antes de se descobrir o que estaria atraindo essa ave para o Plano Piloto, devia ser bolado um plano para afastar o urubu das proximidades do aeroporto JK. Não pode se repetir aqui o que vem ocorrendo em Manaus, onde o espaço aéreo é ameaçado por excesso de urubus. Vamos limpar o nosso “mar”.
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