segunda-feira, 31 de janeiro de 2022

Camocim no Ceará parou para ver hidroavião pousar

Dornier Do X, em língua alemã também referido como "Flugschiff" ("Barco Voador") foi o maior, mais pesado e poderoso hidroavião do mundo.  


Claude Dornier ao lado da
sua grande máquina
Neste ano completa 90 anos que o maior hidroavião já construído no mundo, o Dornier DO-X, desceu em Camocim, no Ceará, escala dessa única viagem. O avião alemão de 12 motores não teve o sucesso comercial que seu idealizador, o professor alemão Claude Dornier, imaginou. Depois de percorrer 43 mil quilômetros, foi levado para o Museu da Aviação de Berlim, onde terminou destruído em um bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial.








Foi grande o alvoroço provocado pelo avião na pequena e pacata cidade cearece, Camocim, no dia 13 de junho de 1931. O avião, inventado no ano de 1903 pelos irmãos Wright, como querem os americanos, ou em 1906, quando Santos Dumont voou com o 14 Bis, em Paris, ainda era uma "coisa do outro mundo". Conta-se que, nos anos 50, na Serra da Ibiapaba, uma mulher perdeu o marido porque, ao ouvir o som de um avião, pensou que o mundo estava se acabando e resolveu contar-lhe que o tinha traído.

As companhias aéreas não existiam como hoje e os inventores ainda estavam com a mão na massa tentando colocar no ar aparelhos que transportassem pessoas mais rápido do que os navios e trens.

O hidroavião é equipado para utilizar uma superfície aquática como pista de pouso e decolagem. Na verdade, o transporte dessa modalidade nada mais é do que um barco voador.



O primeiro deles foi projetado pelo francês Alphonse Penaut (1876), mas nunca foi construído. Outro francês, Henri Fabre, realizou o primeiro voo de hidroavião em Martigues, França (1910), mas foi o projetista de aviões norte-americano Glenn Curtiss que pilotou o primeiro hidroavião prático em San Diego (EUA), e transportou o primeiro passageiro, ambos os feitos realizados em 1911. Nas décadas de 20 e 30, muitos países estavam construindo hidroaviões para uso civil e militar. Na segunda metade dos anos 30 começou a era dos hidroaviões gigantes, iniciada pelo Dornier.

Transporte seguro

O professor alemão Claude Dornier, em 1929, engrossou a lista dos que queriam colocar no ar um transporte seguro e rápido. Foi no estaleiro do Lago Constance que ele conseguiu concluir seu invento, batizado de Dornier DO-X. Um gigante hidroavião para o transporte civil. Podia levar 72 passageiros e 20 tripulantes.

O primeiro voo-teste, no dia 12 de julho de 1929, foi sobre o Lago Constance. Depois de outros testes, fez seu primeiro voo com 169 pessoas a bordo no dia 21 de outubro de 1929. Tudo testado e aprovado, o professor Claude parte para sua ousada viagem de longa distância. Levanta voo no dia 5 de novembro de 1930 num cruzeiro mundial.

A rota começou pela Europa, mais exatamente no Rio Reno. Foi a Amsterdã e de lá voou para Calshot, na Inglaterra, Bordeaux, na França, La Coruna, Espanha, e Lisboa, em Portugal, onde um acidente interrompeu a viagem. Pegou fogo na asa esquerda, o que atrasou a viagem em mais de um mês. Decolou no dia 31 de janeiro para Las Palmas, na Ilhas Canárias, onde enfrentou mais problemas. Bateu num banco de areia e o avião ficou parado por mais três meses. Depois de voar pela costa africana atravessou o Oceano Atlântico. O tanque de 16 mil litros de combustível praticamente vazio fez com que esse navio-voador descesse em Camocim, na manhã daquele dia 13 de junho de 1931.




A população de Camocim, mesma acostumada a ver a amerissagens (pouso na água) como a que o aviador Pinto Martins fez em 19 de novembro de 1922, tomou um susto quando viu o DO-X. O aviador Euclides Pinto Martins fez o primeiro voo dos Estados Unidos para o Brasil, saindo da Flórida. Nem esse feito do filho do Município de Camocim provocou tanta comoção na cidade. Pinto Martins pilotava o hidroavião biplano, de 28 metros de envergadura e dois motores "Liberty" de 400hp, cada. Acompanhados por um jornalista e um cinegrafista, decolaram uma máquina de oito mil quilos, criado na pioneira Fábrica Curtiss. Já o DO-X parecia um navio-voador movido por 12 motores. O DO-X mais parecia uma nave espacial, uma coisa do outro mundo.

Orlando Campos é um homem culto. Ler é seu passatempo preferido. A memória invejável faz a diferença. Os amigos o chamam de Google. Tem na ponta da língua resposta para qualquer pergunta sobre política, história, geografia ou conhecimento geral. Atualmente, o paulista mora em Brasília, onde dirige uma ONG que cuida do meio ambiente da Amazônia, mas já exerceu outras profissões. Militar da reserva do Exército, lembra que o hidroavião ficou em frente à Estação Ferroviária da cidade.



Pioneiro

1911 foi o ano do voo de um hidroavião que transportou o primeiro passageiro em San Diego (EUA), pilotado pelo projetista norte-americano de aviões, Glenn Curtiss

HISTÓRIA ORAL

Barcos no Rio Coreaú levavam moradores para a novidade

 Nos anos 30 e 40 do século passado, segundo relato de um antigo comerciante de Camocim, Ildemburgue Aguiar, na época criança com 9 anos, era grande o movimento de hidroaviões pousando nas águas do Rio Coreaú. Os aparelhos vindo dos EUA entravam no Brasil, passando por Belém, Camocim, Recife, Salvador e Rio de Janeiro. Pessoas de Fortaleza pegavam o trem que passava em Sobral e chegavam a Camocim para embarcar para aqueles destinos.

Até hoje a história é lembrada pelos mais antigos e já foi alvo de matérias como a que foi publicada pelo jornal "O Literário", de Camocim. No texto, o jornal fala de um tal Ildemburgue, que na época tinha 9 anos de idade. Orlando conheceu muito Ildemburgue Aguiar. Nas visitas que fez a Camocim estabeleceu amizade com o comerciante, cuja loja, por coincidência, ficava em frente à Estação Ferroviária. "Era uma figura muito simpática de porte caucasiano e que por várias vezes comentou sobre o DO-X", comenta Orlando.

Ildemburgue lhe contou que foi levado num barco, junto com outras crianças, para ver de perto o gigante. Os barqueiros cobravam uma pequena quantia para levar os curiosos para perto o avião.




Artur Queiroz, outro camocinense que viu o avião, conta ao jornal "O Literário", que o DO-X ficou parado ali de manhã até à tarde sem que ninguém desembarcasse. O avião tinha no seu interior sala de estar, bar, restaurante e cabine com cama. Se tinha passageiro a bordo nenhum se arriscou enfrentar o calor na pequena cidade sem uma atração que merecesse um passeio turístico, embora já fosse importante interposto comercial com ferrovia e porto. A demora foi suficiente para que os barcos de apoio carregassem combustível em latas de 20 litros que foram abastecendo o tanque da belonave que, segundo jornal, queimava 400 galões por hora. A inesperada visita virou notícia que correu mundo a fora. Em Fortaleza, muita gente se preparou para ir ver de perto o avião quando ele chegasse à Capital. As pessoas ficavam olhando para céu na expectativa de vê-lo passar com toda sua imponência.



O interior luxuoso do avião




No início da tarde daquele 13 de junho, o DO-X levantou voo em direção a Natal e de lá para o Rio de Janeiro, frustrando os que esperavam por sua passagem na Capital cearense. No Rio, ele foi fotografado sobrevoando a enseada de Botafogo. Do Brasil, seguiu para Nova Iorque, onde teve que ficar alguns meses por causa do inverno. O DO-X retornou a Berlim muito danificado. Com muitos problemas técnicos e sem êxito comercial, o projeto foi arquivado. O avião foi levado para o Museu de Berlim, onde foi destruído num incêndio provocado por bombardeios na Segunda Guerra Mundial. Em 1945, o DO-X desapareceu sem nunca ter entrado em serviço regular.



quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

SEMPRE GOSTEI DE PINGA

 

Fabiana Queiroz Damasceno


Não, essa história não é sobre mim, mas preciso de passar pela pinga, ou pela minha queridíssima fornecedora da melhor pinga dos goyases para que entendam de onde tirei tudo o que venho apresentar para vocês nessas crônicas adaptadas!

Por cerca de seis meses, viveria em Goiás Velho para levantar mais informações e entrar no ambiente da cidade que foi objeto de minha tese de mestrado.

Voltando à pinga, um dia, ao conversar com seu Nenzim do bar, soube que as cachaças que ele servia eram produzidas ali mesmo na região, num alambique bem artesanal que havia cerca de 15 quilômetros ao norte da cidade. A representante comercial por assim dizer morava na cidade, numa casinha bem modesta de fachada branca com portas azuis claras, passando a ponte da batata, seguindo a rua torta e ascendente que levava à paróquia.

Era Dona Menão, uma viúva como tantas outras, cuja personalidade havia sido reduzida e desidratada por décadas de um casamento prático com o Seu Menão, falecido a plácidos 8 anos. Ela havia sido dele por tantos anos que nem conseguia mais fazer valer seu próprio nome, nem na vizinhança nem na cidade. Mas era uma senhorinha muito simpática que aproveitava a visita dos clientes para longas conversas sobre a Goiás de outros tempos. Sempre contava as coisas com uma leveza tão crível que a gente pensava que tinha sido tudo tão bom como ela fazia parecer.

No começo, eu comprei três garrafinhas pequenas com diferentes sabores para provar. Foi uma aquisição lenta. Por mais de 50 minutos houve relatos adoráveis naquela voz macia, que falava um português meio truncado, mas com gosto de interior, de roça. Cada sabor tinha uma história, cada fruta vinha de um lugar mais para dentro da Serra Dourada. Tinham em comum o segredo daquelas bebidas tão únicas: todas eram curtidas ali mesmo, no quintal de Dona Menão, e ela fazia tudo sozinha!

Visitas familiares baixaram meu estoque daquelas atrevidas bebidinhas. Voltei à meia-porta da ladeirinha com meu irmão para mais daquele sabor para mim e para que levassem de volta à Brasília para presentear alguns amigos apreciadores. Os cabelinhos brancos se viam de longe, naquele fim de tarde quente. Fomos recebidos com festa. O volume das vendas entusiasmou Dona Menão, mas houve pouca conversa. Era hora de preparar a janta e ela não podia se demorar.

Quando fiquei sozinha com as minhas novas garrafinhas na casa novamente vazia, ajeitei-as calmamente sobre a mesa da cozinha para beber delas só daí a alguns dias. Meu paladar estava um tanto alterado pelas cervejas e comilanças da véspera e não queria desperdiçar aqueles sabores.

Eram 7 no total. Jaboticaba, tamarindo, buriti, cagaita, cajuzinho-do-cerrado, pitomba e pequi. Aqui as menciono na ordem decrescente de minha preferência. Jaboticaba era adocicada, licorosa, tinha um tom arroxeado bem bonito se colocada contra o sol. Foi a que acabou primeiro. Pequi já não gostei. Cheiro e gosto fortes demais. Só o amarelo do líquido era atrativo. Pena que as garrafas eram tão bagunçadas, cada uma de um formato diferente. Por rolha, um pedaço de sabugo de milho. Não serviam para decoração.

Voltei no final do meu primeiro mês na cidade para comprar mais pinga com jabuticaba, agora numa garrafa grande, para durar mais tempo. Encontrei Dona Menão mais disposta e dessa vez falamos até a noitinha. Ela até perdeu a hora da janta. Dei corda para suas histórias e não pude pensar em oradora mais orgulhosa e animada. Só quando falava do marido que os olhos baixavam da linha do horizonte, mas foram poucas vezes que o mencionou.

Contou de Cora Coralina. Disse que tinham sido um pouco amigas, mas que depois que ela se perdeu e a cidade inteira lhe virou as costas, quando ela se amasiou com aquele cavalheiro e mudou para longe para escapar da maledicência, perderam contato. Quando a poeta voltou para a cidade décadas depois, ainda carregava a pecha de leviana e Dona Menão, por ordem do marido, manteve-se à distância. Por não cortar completamente os laços com aquela mulher que ela admirava pela coragem e ousadia, vez que outra conseguia um portador que lhe fizesse chegar a Cora uma de suas garrafas mais saborosas, a qual fazia acompanhar de um curto bilhete com o seu nome em garatujas. Era tudo que podia escrever e sabia que a destinatária gostava muito de palavras.

Prometi que voltaria para prosear mais daí uns dias, mesmo que não precisasse de mais bebida. Era só para ouvir dela as anedotas de uma vida tão longa quanto trivial. Como podia haver tanta coisa para contar nunca cheguei a entender. Mas era delicioso passar algum tempo imersa num passado marinado pela distância, amolecido e açucarado. Diziam que ela contava 93 anos, mas nunca achei momento para confirmar a informação.

As visitas passaram a ser mais frequentes, voltava lá quase toda semana, quase sempre às quintas, que era o dia mais sossegado na casa. Levava bolo, biscoitos de pacote (como ela mesma falava!), pequenas guloseimas que ela comia com parcimônia entre uma historinha e outra. Ela perguntava como iam meus estudos com curiosidade. Expliquei que trabalhava em um documento muito antigo, de muito antes dela nascer, da época em que ainda havia ouro pelas redondezas. Tinha que entender o que estava escrito e adaptar para a linguagem dos nossos dias. Recebi um olhar brilhante de quem teve uma grande ideia. Fez menção de se levantar, mas desistiu. Logo engatou na história do Mascate João Damasceno, de quem havia comprado umas panelas muito pesadas havia mais de trinta anos, mas que ainda serviam como se fossem novas.

Um pouco frustrada pelos parcos avanços da tese, aceitei o fato de que teria de prolongar minha estada por pelo menos mais seis meses na antiga capital goiana. Reduzi minhas incursões às cachoeiras, ao bar de seu Nenzim e à casa de Dona Menão para me dedicar de forma quase exclusiva, um tanto alucinada ao documento que me levara à pequena cidade. 

Numa tarde de quarta, já à beira da insanidade, decidi dar uma volta. Ia rumo à casa da minha amiga nonagenária quando divisei, de longe, a porta toda fechada e a janela apenas entreaberta. Nunca me havia deparado com aquela configuração na faixada. Bati e veio me receber a vizinha carrancuda, Dona Mariana. Contou-me com tristeza que a amiga estava adoentada e que havia dormido, pelo que me pediu que voltasse no dia seguinte. 

Fiquei com o coração apertado e custei dormir aquela noite. Depois do meu café da manhã e antes de o sol estar muito alto no céu, cruzei ansiosa a ponte da batata. Senti uma espécie de alívio quando vi a meia porta aberta e a janela fechada. A cara de Dona Mariana se projetava com um olhar mais animado. Quando me viu já disse logo que Dona Menão estava melhor e que queria me ver se eu aparecesse.

No quarto quente, com pouca luz, a senhorinha descansava sua velhice e lutava sem muita disposição para melhorar e seguir nesse mundo dos vivos. Demostrou alegria ao me ver com um sorriso tímido e pediu que me aproximasse. Disse que não ia fazer rodeios e que tinha poucas esperanças de chegar à época das chuvas, período favorito do ano, quando o cheiro de vida e terra molhada tomava conta da cidade e a possibilidade de que o rio transbordasse trazia sempre alguma estranha expectativa. 

No banquinho à esquerda da cama, que servia de criado mudo improvisado, apontou para uma espécie de pasta rústica, em couro engraxado. Falou que não tinha muito na vida, mas que queria deixar de herança para a amiga da cidade um dos seus tesouros mais preciosos, mas que pouca gente saberia dar valor. Peguei o vulto e quando ia abrir, ela pediu que não o fizesse, que levasse como estava e guardasse num canto seguro e que só visse o conteúdo depois que ela já não pudesse nem fabricar e nem beber as deliciosas cachaças. Que jeito leve de se despedir ela arranjou!

Conversamos um pouco ainda, mas ela parecia exausta. Antes de sair, ainda olhei com toda a ternura que pude para aquele rosto singelo, emoldurado pelos cabelinhos ralos e brancos, e mandei um beijinho de longe, tentando imitar o gesto que ela tantas vezes havia feito para mim quando começava a descer a ladeira depois de nossas agradáveis tardes.

Soube logo cedo, pelo caixa da padaria, que Dona Menão havia falecido na madrugada e que o enterro seria às quatro da tarde. Havia bastante gente naquele funeral simples. Eram vizinhos, clientes, amigos e as senhoras da igreja, que nunca perdiam a chance de ver o Padre Hipólito falar, fosse qual fosse a ocasião. O caixão era simples e as flores, em sua maioria, colhidas e não compradas como quando o defunto era rico. Choro houve pouco. A senhora era muito querida, mas já estava bem velha e a doença ajudou a preparar as pessoas para a despedida. 

Levei ainda umas semanas para ver o que havia na pasta de couro que Dona Menão me havia presenteado com tanta ponta e orgulho. Terminei de escrever o texto para o mestrado e já me preparava para deixar a cidade quando, num fim de tarde, perto da hora em que costumava ir ver minha amiga, sentei-me no alpendre, com a derradeira garrafa de pinga com jabuticaba e um copinho na mesa em frente e a bolsa no colo.

Ao abrir o fecho, um cheiro de papel velho subiu forte e espesso. Eu realmente gostava daquele odor. Puxei um pilha de folhas em formatos vários e diversos tons de amarelo e marrom. Eram recortes de jornal com fotos, cartas, bilhetes e documentos de família que a velhinha havia colecionado durante anos, na vã esperança de um dia poder lê-los com seus próprios olhos e habilidades. Numa revisão rápida percebi 1950, 1962, 1970. Eleições, certidão, crônica. Letras e números fervilhavam em minha cabeça. 

Filhos eu não teria, por opção. Árvores já havia plantado umas quantas. Daqueles pedaços de história nasceria o tão sonhado livro. Das funduras daquele Goiás, guardado numa gaveta improvável, o tesouro de Dona Menão se tornaria o volume Crônicas Adaptadas em que ainda estou trabalhando e cujo delicioso conteúdo espero poder compartilhar com todos os que como eu sabem apreciar uma boa chachaça, uma bom fim de tarde e algumas histórias que o tempo amarela, mas que sobreviverão enquanto alguém teimar em relê-las!



Por Fabiana Queiroz Damasceno, amante da vida, das palavras e de uma prosa instigante. A moça do sorriso largo, que deixou uns textos rascunhados em cadernos, agendas e computador, apostava que as histórias sobrevivem enquanto alguém tiver interesse em lê-las.

Gabriel Garcia





Homenagem 80 anos Wilson Ibiapina