segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Cantores Anônimos e suas vozes maravilhosas - Conversa Piaba - Música

Curiosidade: O MINUTO DE SILÊNCIO É INVENÇÃO DOS PORTUGUESES


De todas as "invenções" portuguesas, a mais universal e mais difundida é, sem dúvida, o minuto de silêncio. O minuto de silêncio com o qual  se presta homenagem a um morto ilustre ou a mortos em catástrofes.

Tudo começou em 1912 com a morte do Barão do Rio Branco, ministro dos negócios Estrangeiros do Brasil e pessoa muito querida em Portugal, por ter sido um dos primeiros estadistas a patrocinar o reconhecimento da República Portuguesa em 1910.

José Maria da Silva Paranhos Júnior nasceu no Rio de Janeiro a 20 de abril de 1845, filho do também diplomata que se tornou famoso sob o título de Visconde do Rio Branco.

Político competente, o barão foi ministro dos Negócios Estrangeiros durante os governos presidenciais de 1901 até a data de sua morte em 10 de fevereiro de 1912. Antes da República, Paranhos Júnior servira com igual empenho a causa da monarquia.

A sua morte teve tal repercussão no Brasil que o governo fez um decreto adiando o carnaval, para que esse período de festas não coincidisse com o luto nacional. Como ministro dos Negócios Estrangeiros, Rio Branco foi o responsável pela demarcação das fronteiras, trabalho que executou com engenho e arte, dilatando ainda mais o já vasto território brasileiro com a anexação do atual estado do Acre, que pertencia à Bolívia (1904), uma área em litígio com a Guiana Francesa, que abrangia quase todo o atual Estado do Amapá, e resolvendo em favor do Brasil um litígio fronteiriço com a Argentina, incorporando em definitivo uma área territorial de 30 mil 621 km quadrados.

"Em Portugal havia um verdadeiro culto pelo Barão do Rio Branco, o estadista ilustre que o Brasil perdeu, e o seu nome era entre nós tão querido e tão espalhado que raro dos portugueses de uma certa cultura o desconhecia. Todos os que amam o Brasil e seguem atentamente os seus movimentos políticos e literários, os que lá vão em busca de um pouco de bem estar, os artistas que viajam anualmente na terra nossa irmã, os comerciantes que regressam com o seu pecúlio e vão instalar-se nas suas províncias, todos recordavam com admiração o nome do ilustre homem de Estado", como ficou registrado na Ilustração Portuguesa, de 26 de fevereiro de 1912, lamentando a sua morte e noticiando a missa de sétimo dia em sufrágio da sua alma.

A morte do Barão do Rio Branco causou um forte impacto em Portugal. O parlamento português na sua reunião do dia 13 de fevereiro, sob a presidência de Aresta Branco, em homenagem ao morto ilustre, suspendeu a sessão por meia hora – como era tradicional. Já na reunião do Senado no dia seguinte, sob a presidência de Anselmo Braamcamp e secretariada por Bernardino Roque e Paes de Almeida, inovou e revolucionou. "O presidente, aludindo ao falecimento do Sr. Barão do Rio Branco, recordou que os altos serviços por aquele estadista prestados ao seu país e a circunstância de ser ele ministro quando o Brasil reconheceu a república portuguesa", escrevia o Diário de Notícias sobre a sessão.

Continuando com a evocação do DN: "Honrou também o Barão do Rio Branco as tradições lusitanas da origem da sua família e por tudo isso propôs que durante dez minutos, e como homenagem à sua memória, os senhores senadores, se conservassem silenciosos nos seus lugares. Assim se fez...". Cumpriu-se, assim, o primeiro momento de silêncio que se tem notícia, numa sucessão que se vem prolongando até os nossos dias.


Depois deste dia, todas as vezes que morria alguém passível de homenagem, o parlamento português repetia o gesto. Com o tempo, de dez minutos passou a cinco, depois a um, como atualmente. Em seguida, as casas legislativas européias copiaram o modelo português e daí para o resto do mundo, ganhando visibilidade sobretudo nos estádios desportivos.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

F1 - SEM O RONCO DOS MOTORES



Pela primeira vez, desde 1969, o Brasil corre o risco de ficar fora da Formula Um. Em 51 anos não teremos um piloto para representar o país. Foram oito títulos. A manhã dos domingos era embalada pelo ronco dos motores. Milhares de brasileiros em frente à televisão torcendo.  Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Ayrton Senna são os que ficaram com os nomes gravados na memória do país. Mas foram muitos os pilotos brasileiros que marcaram presença nos autódromos de todo o mundo. Além de não ter piloto, o Brasil não consta no calendário da temporada de 2017 da Federação Internacional de Automobilismo. O Grande Prêmio do  Brasil, em Interlagos, até agora não foi confirmado. 

A popularidade das corridas de Formula Um vem caindo no país nos últimos. A falta de pilotos brasileiros competitivos tem desmotivado os torcedores. A última vitória de um brasileiro ocorreu em 2009, quando  Rubens Barrichello ganhou o Grande Prêmio da Itália. Hoje temos apenas dois pilotos: Felipe Massa, que anuncia que vai se aposentar na Williams, e Felipe Nasser, que não sabe se vai competir ano que vem. As revistas especializadas afirmam que "a situação que já é ruim tende a piorar: o País não tem representante na GP2, a porta de entrada para a Fórmula-1. Os brasileiros Pedro Piquet e Sergio Sette são os mais próximos da Fórmula-1 . Hoje eles estão hoje na Fórmula- 3, na Europa. Tem também Pietro Fittipaldi e Vitor Baptista, na Formula V-8. Enquanto eles não adquirem experiência, o Brasil segue ameaçado de ficar sem piloto e a Fórmula Um ser apenas uma lembrança, uma página virada.  Enquanto isso, o brasileiro vai procurando outros esportes para alegrar sua manhã aos  domingos.


SILVESTRE E O CARRO ELÉTRICO


A primeira vez que vi um carro elétrico circulando por Brasília era dirigido pelo jornalista Silvestre Gorgulho. A GM emprestou-lhe o carro elétrico VOLT para que fizesse um teste. O elétrico parece igual aos carros movidos a combustível. A diferença está no motor. É aí que mora o grande perigo. Fácil de resolver, mas ainda em testes. O elétrico não faz barulho. Hoje, nos Estados Unidos, os fabricantes se unem à procura de um ruído especial, um som contínuo para alertar pedestres, animais e outros carros.

O Silvestre ligou o carro e foi saindo sem que se notasse o menor ruído. Depois perguntei a ele se aquele silêncio absoluto era o grande problema do elétrico. Ele disse:

 “ Meu teste durou 4 meses. De outubro de 2013 a março de 2014. A falta de barulho tem dois aspectos: 

  1. Muitos motoristas trocam de marcha pelo ouvido, ou seja. barulho do motor. É quase uma condicionante.   
  2. Questão de segurança. Os pedestres não escutam o barulho do motor. Tanto que a primeira orientação que tive foi de sempre andar com os faróis ligados. 

O Volt que o presidente da GM, Marcos Munhoz, colocou à minha disposição por 3 meses era extremamente confortável, com um design bonito e tinha autonomia elétrica para andar 80 km. O modelo foi lançado nos Estados Unidos em dezembro de 2010. Agora, seis anos depois, as tecnologias incorporadas melhoram demais: mais autonomia, mais econômico e muito mais em conta, pois está uns 40% mais barato.

Detalhe importante: não precisei colocar gasolina nesses três meses. Como não viajei para longe, colocava sempre à noite para carregar e pela manhã eu saía tranquilo. O máximo que andei em um dia foram 60 km. Devo dizer que numa única vez eu, de propósito, deixei de carregar a bateria justamente para ver a passagem do motor elétrico para em combustão, pois quando a bateria descarrega, o motor a gasolina entra automaticamente em ação.  Não dá para sentir a diferença. Nem no desempenho e nem no barulho. Interessante: o motor a gasolina também funciona como gerador estendendo esta autonomia até 50 km adicionais".

O carro elétrico aos poucos vai ganhando mercado. Ainda é caro. Você encontra  a partir de R$ 80 mi. Também, aos poucos, vão se desfazendo as histórias negativas de que o carro elétrico dá choque. Os componentes energizados são protegidos. Você lava o carro, circular na chuva, sem problemas.

Durante meses o jornalista testou um elétrico e descobriu um outro problema que é a baixa autonomia das baterias de lítio que podem explodir numa batida violenta. Mas vamos deixar o Silvestre fazer sua avaliação. Fomos saber dele qual a sensação de se dirigir um carro do futuro:

" Caro Ibiapina, antes de dar minha impressão, dois dedo de prosa. O primeiro veículo elétrico moderno (EV1) foi lançado em 1996, pela General Motors. Depois, várias indústrias entraram no mercado. Hoje os veículo híbridos (gasolina+elétrico) estão ocupando espaço na França, Japão, EUA, Escandinávia. Em Paris, já se vê por todo lado parking com infraestrutura de tomadas para abastecimento de energia.

Característica principal do carro elétrico: ZERO-EMISSÕES. Não tem poluição nem com CO2 e nem sonora. Silêncio total. Nos EUA, o VOLT custa 41 mil dólares. Achei um defeito. Sim, o VOLT que testei só tinha um único defeito. Pesquisei a beça e só encontrei um defeito: O CARRO NÃO ERA MEU!

Mestre Wilson Ibiapina, gostaria de lembrar que no último Salão do Automóvel de Detroit (EUA) e no Salão do Automóvel, deste ano, em São Paulo, já foram apresentados modelos mais econômicos e mais baratos. A Chevrolet anunciou que vai apresentar no evento o Bolt, carro elétrico chamado de "acessível" pela marca. Segundo a GM, o Bolt pode percorrer mais de 380 quilômetros, praticamente o dobro do que um elétrico "comum"  consegue alcançar, com uma só carga. O Bolt é outro carro "verde" que utiliza a energia gerada pelos freios para recarregar a bateria. De acordo com a GM, ele é "tão simples de ser abastecido como um smartphone", já que a operação pode ser feita em garagens residenciais por meio de tomadas convencionais (220V). Uma hora de recarga corresponde a cerca de 40 quilômetros de autonomia.

Para concluir:  A vida precisa de muita energia e adrenalina para ter graça. Mas precisa também de Zero-emissões. O Planeta é um só.

Sustentabilidade é a prioridade número 1 para que a vida continue. Com VOLT ou sem VOLT".











sábado, 26 de novembro de 2016

O PIANTELLA ESTÁ DE VOLTA

A capital do Brasil é Brasília e a capital de Brasília é o Piantella - Novo slogam marca a volta do Piantella

O Alex Gonçalves  vai ter que adiar a edição do livro que estava começando a escrever sobre o restaurante Piantella. Quando revia anotações  sobre o restaurante  que durante 39 anos movimentou a gastronomia da cidade, sob o comando de Marco Aurélio, recebeu um  E-mail do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro: "O Piantella vai reabrir". Kakay, o último proprietário, diz em seu comunicado que aceitou a proposta de Omar Peres, que reabrirá o Piantella dia 5 de dezembro próximo.

Catito, como é conhecido Omar, já é dono da cantina Fiorentina e do bar Lagoa, no Rio, onde reabrirá brevemente o Hipopotamus,  com Ricardo Amaral. A novidade é que ele mandou chamar  todos os funcionários do velho Piantella. Os mesmos  garçons, maitres e cozinheiros que fizeram a fama da casa. Até o pernambucano Mariozinho foi chamado para reassumir o piano.


O Piantella será aberto ao público, agora em dezembro, mostrando nas paredes fotografias de Orlando Brito que retratam a vida política da cidade. O restaurante  que será conduzido por Roberto Peres, irmão de Omar,já tem slogan: "A capital do Brasil é Brasília e a capital de Brasília é o Piantela".Novos capítulos para o livro do Alex Gonçalves .

segunda-feira, 21 de novembro de 2016

O ÓRFÃO


O sertão cearense está assanhado, só se fala na eleição municipal de outubro, que escolheu prefeitos e vereadores. A propósito, o jornalista Macário Batista lembra a historinha do candidato mais liso que suplantou os concorrentes apenas com um discurso. Veja como ele conta a história do órfão:


"Antônio Batista, o Bonitinho, paraibano morador do Icó, era cheio de graça. Deram corda e ele saiu candidato a vereador. Em Lima Campos um comício tinha uns 20 candidatos em palanque. Todo mundo dizia pra abrir o discurso: Sou Fulano, filho de Beltrano e Sicrana. Na vez de Bonitinho lá vem a fala: Meu povo, esses meninos aí tudim tem pai e mãe. Eu sou órfão. Só tenho vocês. Daquele grupo foi o único eleito".

A RETRATAÇÃO DE JÁDER DE CARVALHO

Heribaldo Costa

Heribaldo Costa, professor, jurista, cearense ilustre, era inimigo do diretor do "Diário do Povo", de Fortaleza, Jáder de Carvalho (pai do jornalista Cid Carvalho). Heribaldo foi à Europa, voltou. O "Diário do Povo" noticiou: "Chegou da Europa o ilustre professor Hericaldo Bosta" (sic). O professor, indignado, entrou na Justiça contra o jornal. O jornal perdeu e foi condenado a se retratar na primeira página. Jáder de Carvalho escreveu uma nota grande, desculpando-se:

"Esse jornal, sem querer, por equívoco gráfico, cometeu um erro imperdoável. Chamou de Hericaldo Bosta o ilustre professor de nossa Faculdade de Direito. Sabem os leitores que jamais este jornal poderia chamar de Hericaldo Bosta um intelectual do nível e do renome do ilustre professor da faculdade de Direito. Até porque jamais soubemos que o ilustre mestre se chamasse Hericaldo Bosta.

Mas, errar o nome de personalidades ocorrem em todos os jornais do mundo. Acabamos chamando de Hericaldo Bosta o venerando catedrático da faculdade de Direito.

Cumprindo determinação judicial, estamos nos desculpando e informando aos leitores que, em vez de Hericaldo Bosta, o verdadeiro nome do distinto professor é Heribosta Caldo" (sic).


-->
O jornalista Sebastião Neri conta que o professor Heribaldo Costa pegou um revólver e foi ao jornal matar o diretor Jáder Carvalho. Não deixaram.

Homenagem 80 anos Wilson Ibiapina