domingo, 29 de julho de 2012

BRASIL OLÍMPICO




João Soares Neto, escritor
A “Veja” especial sobre a Olimpíada de Londres transforma Neymar em Guarda da Rainha, copiando a capa da “Realidade”, de 1966, com Pelé. Naquela Copa, o Brasil foi pífio. O iatista Robert Scheidt metamorfoseou-se em Churchill. Fabiana Murer encarna a Mary Quant, estilista que “criou” a minissaia. E por aí vai. Esse fato mostra o endeusamento de atletas que, ao final desses jogos, trarão, se muito, 20 medalhas. 


Foram gastos milhões por um Comitê gerido há anos pelas mesmas pessoas. Desde 1920, o Brasil ganhou apenas 91 medalhas. Dessas, apenas 20 foram de ouro. Os gigantes EUA, no mesmo período, ganharam 929 ouros. A razão? A maioria dos atletas sai de universidades. Os nossos, não. Muitos se deslumbram com o novo status e caem na gandaia. Não só no futebol. A vantagem de ser celebridade efêmera é que se é conhecido por quem não o conhece de fato.
A pequena Cuba tem 194 medalhas, 97 ouros. O nosso melhor desempenho (15 medalhas) foi na Olimpíada da Antuérpia, 1920. Todos eram amadores. Agora, há fartos patrocínios de empresas públicas e privadas e os atletas se consideram heróis  só pelo fato de estarem na alegre comitiva de 2.000 pessoas, com menos de 300 atletas.

Alugou-se o caro Crystal Palace, centro para  treinamento de algumas modalidades.  É claro que torço pelo nosso sucesso. Entretanto, é preciso ver o que se fez antes, hoje e o que mostraremos em 2016, quando sediaremos a Olimpíada. O Brasil deve deixar de ser fanfarrão e melhor educar/preparar os seus atletas que não podem ser heróis antecipados.  

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