No momento em que o país vive feito barco sem rumo em mar
revolto, recebo em casa o livro "Libertação do Ceará", presente do
embaixador Ronaldo Sardenberg. Foi escrito em 1914 pelo baiano Rodolpho
Theóphilo e reeditado pela Fundação Waldemar de Alcantara .
O baiano que chegou ao Ceará menino, virou farmacêutio,
inventou a cajuína, participou da Padaria Espiritual e ajudou a fundar a
Academia Cearense de Letras, escreve sobre a queda da oligarquia Acioli.
Começa o livro criticando o governo de Bizerril Fontenelle,
administrador nulo que deixou dois mil contos de reais nos cofres públicos que,
depois, foram delapidados por Acioli. O
escritor diz que "a arte de governar é muito difícil ao Sr. Bizerril.
Faltavam-lhe as boas qualidades essenciais a um bom administrador. Não basta
somente ser honesto para dirigir bem os destinos de um povo. São necessários
outros predicados que o Sr. Bizerril não tinha." Na terra da seca nunca fez um açude.
O sucessor dele foi outro desastre. Pegou os 2 mil contos de
reis e acabou com ele. Antônio Pinto Nogueira Accioly era um homem rude, sem
cultura, sem senso prático e ainda era desonesto. O primeiro governo dele de
1896 a 1900 foi um desastre. Quando
governou o Ceará pela segunda vez, Rodolfo Teófilo diz que ele passou dos
limites. "O povo exasperado com suas violências, pegou em armas e o
obrigou a renunciar."
Nenhum comentário:
Postar um comentário