Wilson Ibiapina
O ex governador de Minas, Magalhães Pinto, dizia que “a política é como nuvem. Você olha, ela está assim. Olha de novo e ela já
mudou”.
Quem fica olhando para o céu vai descobrir que a nuvem, além
de mudar de posição também forma figuras incríveis. Não precisa esperar muito para terminar descobrindo um
rosto, um animal, ou mesmo um monstro formado pelas nuvens. Tem gente que jura enxergar disco voador se movendo. O que poucos sabem é que esse tipo de
visão tem nome. Chama-se pareidolia.
O cientista americano Carl Sagan diz que é um fenômeno
psicológico que envolve estimulo vago e aleatório. Nós, explica o
cientista, somos programados desde pequenos para identificar um rosto humano. Ele acha que, provavelmente, como uma técnica de sobrevivência natural para
escapar dos inimigos predadores.
A pareidolia, assim
como a miragem, são tipos de Apofenia,
termo proposto em 1959 por Klaus Conrad para o fenômeno cognitivo de
percepção de padrões ou conexôes em dados aleatórios, quer dizer um fenômeno relacionado com o processo de aquisição de conhecimento.
Menino, no interior do Ceará, certa noite voltava a cavalo da fazenda do meu avô, em companhia do meu pai e um vaqueiro. De repente,
os animais pararam assustados, de orelha em pé, como estivessem vendo
assombração. E estavam. Tamanho foi o meu medo quando ví num lajedo um vulto branco se mexendo. Era como estivesse se
abaixando e levantando. A lua, por entre nuvens, clareava e escurecia o bicho. Quando me preparava para
fugir, o vaqueiro informou ao meu pai que era um cavalo, com uma mancha branca
na testa, comendo capim.
A Apofenia ocorre em indivíduos saudáveis mentalmente e é
uma fonte, um importante fator na criação de crenças supersticiosas, da
crença no paranormal. É uma ilusão de ótica que já fez muito valente
correr de medo, se sujando todo.
A partir de agora, contemple as nuvens e procure os monstros
sabendo que se trata de pareidolia, um fenômeno da Apofenia.
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