quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A CULTURA DE BRASÍLIA ESTÁ DE LUTO



O B de Paiva chegou para trabalhar e resolveu abrir o Diário Oficial do DF. Estava lá a demissão dele. Tomou o maior susto. Ninguém avisou nada. Também, colocaram como Secretário de Cultura, no lugar do Silvestre Gorgulho, o Carlos Alberto de Oliveira, um policial que só conhece a arte de prender bandidos.

É assim que a cultura anda sendo tratada pelo governador tampão do Distrito Federal, Rogério Rosso, um oportunista de plantão que não conhece os valores da cidade.

O Pedro Jorge lembra que o nosso B de Paiva fez parte do grupo que trabalhou na visão de um Ministério da Cultura independente do MEC. Foi Reitor da Universidade do Rio de Janeiro e nesta ocasião defendeu a tese de que todas as atitudes de urbanidade passam pela CULTURA, além de se expressar sobre o teatro e as artes dramáticas como vetor indispensável à formação do cidadão.

O Currículo de B é extenso. Por isso é considerado uma das maiores referências do teatro e da administração cultural no País. Já trabalhou em mais de 500 produções para cinema, rádio, TV e, principalmente, teatro. Atuou ao lado de grandes ícones, como Dulcina de Moraes. Participou de novelas históricas, como Irmãos Coragem, em que fez o papel do prefeito Jorginho. Foi ator de três filmes longa-metragem que o Pedro Jorge dirigiu: TIGIPIÓ, O CALOR DA PELE e o episódio O SINAL DA CRUZ, nos intervalos das filmagens dava verdadeiras aulas de história, cultura e dramaturgia.

B. de Paiva entrou para o mundo cultural em 1947, no Ceará. Trabalhou na Comédia Cearense e, ao lado de Marcus Miranda e Haroldo Serra, fundou o Teatro Experimental de Arte. Depois disso não parou mais.

“Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal do Ceará, B. foi já coordenador da Funarte e um dos fundadores do Ministério da Cultura. Em Brasília fundou a Faculdade de Artes Dulcina de Moraes, vinculada à Fundação Brasileira de Teatro, da qual também foi presidente em 1995. Em 1999, coordenou os assuntos culturais e artísticos da Pró-Reitoria de Extensão da UFC e a diretoria do Colégio de Direção do Instituto Dragão do Mar, além de estar ligado à Fundação Amigos do Theatro José de Alencar.

É uma figura respeitável no meio das artes e merece um tratamento mais respeitoso.

Um comentário:

Homenagem 80 anos Wilson Ibiapina