A história é contada por Dominguinhos no documentário O Milagre de Santa Luzia. A briga pelo título do Trio Nordestino foi parar na justiça e Dominguinhos e Gonzagão foram chamados como testemunhas.
O primeiro Trio Nordestino foi formado em 1957, no Rio, por Miudinho no zabumba, Zito Borborema, no pandeiro e Dominguinhos na sanfona. Esta formação se desfez dois anos depois e, como não havia patente do nome do trio, ele começou a ser disputado pelos baianos Lindú, Cobrinha e Coroné e pelos paulistas Xavier, Heleno e Toninho.
No dia da audiência, marcada para decidir quem tinha o direito de se chamar Trio Nordestino, Dominguinhos diz que chegou cedo com o Gonzagão e nada do juiz. Luiz Gonzaga convida então Dominguinhos para esperar num bar perto do tribunal. Quando estavam tomando o segundo chope, aparece um portador avisando que o juiz acabara de chegar. Aí, Gonzagão diz: “calma Dominguinhos, agora ele é que vai nos esperar”. E tomam mais uns dois chopes.
No tribunal, o juiz pergunta a Gonzagão se ele conhece esse trio baiano que quer se chamar de Nordestino. Diante da afirmativa do Lua o juiz pergunta se ele tem alguma música de sucesso. Gonzagão, afasta uns papeis que estavam em cima da mesa do magistrado e começa a batucar enquanto vai cantarolando:
“Eu gosto de Juazeiro e adoro Petrolina”; Neném, neném, neném/ O que aconteceu/Tão todos te querendo/ Tu vem fica mais eu”. “É por isso que Caruarau, é a capital do forró”.
"Páre seu Luiz!" - implora o juiz, antes que todos os que estavam na audiência começassem a cantar, também. E o Trio Nordestino dos baianos manteve o título. Sua formação é que mudou com a morte de Lindu e Cobrinha, mas o sucesso é o mesmo.
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