Wilson Ibiapina
No meu tempo de criança, a gente se divertia, também, fazendo
coleção. Coleção de qualquer coisa. Uns colecionavam isqueiros, canetas, outros
juntavam latinhas de cerveja ou estampas da Eucalol. Eu colecionei cinzeiros de
hotéis, bares e restaurantes de tudo quanto é canto. Até hoje junto chapéus.
Meu vizinho, em Brasília, colecionava garrafas de cachaça. O Manuel Pompeu e eu
ajudamos o Nelsinho a consumir em semanas o que ele levou anos para juntar na
adega de casa. O jornalista Jorge Honório era colecionador de chaveiros.
William Moura, em Fortaleza, até hoje coleciona maços de cigarros, que lá
chamam de carteira. A mais rara que ví é um maço do cigarro Aí . “Me dá um
cigarro Aí”.
O jornalista Augusto César Benevides colecionava Flâmulas
que ele espalhava nas paredes, enfeitando o quarto dele. Dona Luiza Távora,
esposa do governador Virgílio Távora, era primeira dama do Ceará quando
descobriu que um dos filhos do jornalista Rangel Cavalcante fazia coleção de
chaveiros. Num fim de semana foi à residência do secretário de comunicação do
estado levando vários chaveiros para a coleção do Eugênio. O irmão mais velho,
Rangel Filho, uns 8 anos de idade, aproximou-se de dona Luíza e a primeira
dama perguntou-lhe se também fazia coleção. Ele disse que sim.
- O que você
coleciona meu filho?
- Eu junto cédulas de 500 cruzeiros.
Dona Luíza abriu a
bolsa, achou uma nota de 500 e entregou ao garoto.
- Faz tempo que você
coleciona dinheiro?
- Não senhora. Estou começando a coleção agora!
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