Nas poucas vezes que fui a Alemanha tentei pedir uma dose de
stanheguer para beber com cerveja e não consegui. Achava que não estava
conseguindo pronunciar corretamente o nome da bebida, uma espécie de cachaça
feita de zimbro, um arbusto europeu, mesma matéria-prima do gim. Fui tirar
minhas dúvidas com os jornalistas Eduardo Mamcasz e a Cleide. O casal todo ano
passa férias em Berlim, onde aluga apartamento e fica um mês feito nativos,
andando a pé, de metrô, frequentando padarias, bares supermercados e praças.
Mamcasz disse que também não consegue encontrar o Steinhaeger. Famoso lá,
segundo ele, é o Jägermeister, produzido desde 1935 e considerado o nono
destilado mais consumido do mundo. Os alemães combinam com cerveja, como
fazemos aqui com o Steinhaeger. Tem que está bem gelado.
Uma outra bebida forte, que conheci passeando pelas
propriedades vitivinícolas da serra gaúcha, é a Graspa, feita de bagaço de uva
e aromatizada com a erva arruda. Um dia, em Brasília, pedi uma Graspa numa loja
de bebidas. A mocinha atendente me deu uma aula. Explicou que não existe
Graspa, que a bebida italiana chama-se Grapa. Em Roma, me disseram a mesma
coisa. Não é graspa. É grapa. Portanto se um dia desejar provar uma Graspa,
como era chamada a Grapa antigamente pelos italianos, o melhor caminho é a
Serra gaucha. Tem ela lá feita com o bagaço das melhores uvas. Mas o gaúcho
esnoba, fabrica a Graspa do trigo. É o Triguinho. É difícil encontrar, mas
também com inigualável sabor.
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