Um jornalista de peso que marcou seu tempo na imprensa
cearense. Odalves Lima era de uma família de jornalistas. Primo de Fernando
César Moreira Mesquita e sobrinho de Perboyre Silva, fundador da Associação
Cearense de Imprensa.
Odalves só tinha um defeito, gostava de tomar umas.
Diariamente, depois de certa hora conversar com ele só amenidades. Chegou a
escrever os editoriais de dois jornais adversários. O Estado matutino que
apoiava o governo e o vespertino O Povo, de Paulo Sarasate Ferreira Lopes, que
fazia oposição. De manhã, ele elogiava o governo. À tarde, descia o cassete na
pagina de opinião do Povo Durante meses brigou com ele mesmo. Criticava à tarde
e defendia na manhã seguinte. Uma noite, em plena semana santa, bebiamos todos
no Café da Imprensa, um bar fuleiro que ficava na rua Guilherme Rocha, quase na
praça José de Alencar. A turma na cerveja e o Odalves no Liebfraumilch, um
vinho alemão de baixa qualidade leve e doce que era vendido numa garrafa azul.
Diziam que Liebfraumilch significa o leite da mulher amada.
Todo mundo já pra lá de Marrakesh quando chega um portador
procurando seu Odalves. O jornal queria que ele preparasse um editorial sobre
Jesus Cristo para um caderno especial que dependia só desse artigo para ser
fechado ainda naquela noite. Odalves fcz um bilhete e mandou pelo rapaz. E
pediu mais uma uma garrafa do vinho. O bilhete, disse ele aos curiosos, é só
para ganhar tempo para beber mais esse “Leite da Mulher Amada”. Estava no
bilhete de Odalves: “Vocês querem ou artigo contra ou a favor de Jesus?”
esse era o pai da minha mãe
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