segunda-feira, 8 de junho de 2015

1976, A GLOBO À PROVA DE FOGO

 
Na Globo, um dos dias mais emocionantes foi, é claro, o dia do incêndio, em 1976. Cheguei na Lopes Quintas, prédio interditado, e as chamas tomando conta de tudo, e pensei: "Hoje vou ter um feriado trágico, mas vou ter um feriado". Chegando no prédio da Von Martius, encontrei com a Alice Maria, e falei assim: "Hoje, como é que fica?", achando que ela diria que não teria jornal. E ela, que é um motor, falou assim: "Não fica com essa cara de tranquilo aí não rapaz, nós vamos botar esse jornal no ar lá em São Paulo". Ai ela chamou um carro da Globo e mandou tocar pro aeroporto, fomos pra São Paulo, o Cid e o Chapelin também embarcaram.
 
Fui direto pra redação em São Paulo, e em pouco tempo nós tínhamos todo o noticiário do dia, e preparamos uma edição do JN, e não me esqueço que antes de eu pegar o táxi no Rio, eu pedi a um cinegrafista que levasse pra mim, correndo, as primeiras imagens do incêndio, eu já estava dentro do avião quando o produtor da Globo chegou com as imagens, que virariam a matéria mais importante do Jornal Nacional naquele dia.
 
Durante semanas, nós trabalhamos em São Paulo. Este foi um dos maiores desafios da minha vida, e o exemplo de liderança da Alice Maria.

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